sexta-feira, 25 de maio de 2012

Galinha Pintadinha, o U2 da criançada



        Quando engravidei da primeira vez, como a maioria das mulheres, comecei a ler todos os livros. Era como um cursinho intensivo de vestibular, mais para a chegada do bebê. E uma coisa que levei a ferro e fogo foi ouvir músicas clássicas para o baby nascer calmo e inteligente. Pelo menos, é o que falam, dizem as pesquisas, vizinhos e blá blá blá. Escutava mesmo: Mozart para bebê, Bach, baby Einstein horas e horas. Rock n'roll? Deus me livre! Vai que o bebê nasce agitado. Sertanejo? Eu, hein?! E, se quando chorar, o agudo atingir as mesmas notas do Zezé? Não iria aguentar.

        Mas, enfim, como primeira gravidez, o que foi totalmente diferente da segunda, levei à risca. Nasce o bebê. Calmo, que bom! Continuei colocando as músicas, principalmente em momentos de choro, para acalmar e começar a gostar de músicas 'boas'... Achava estranho porque às vezes ela ficava nervosa, às vezes parecia lembrar da barriga. Enfim, minha batalha rumo a 'inteligência' agregada pela música clássica foi até ela escutar os primeiros acordes do Cocoricó. A música do 'Eu sou o cocô...'  fez sucesso de primeira. Ela amou e pulava loucamente. Adorei também e ela ficava o dvd inteiro sentada assistindo. Uma fofa! Primeiro aniversário? Claro que o tema era Cocoricó, ainda bem que não foi o cocô.

        Segunda gravidez, quando conseguia ouvir música era lucro. Meu bebê desde a barriga teve uma overdose de Júlio e seus amigos. Nasceu, calmo, mas um menino com toda energia que vem junto desse sexo. 

        Não demorou muito até que uma galinha azul invadisse a minha casa. Sim, a famosa Galinha Pintadinha e sua tchurma. Que loucura é isso! A primeira vez que coloquei o dvd e observei as crianças, parecia que estavam no show do U2. E quando o 'Bono Vox'  apareceu êxtase total. Um pulava no sofá o outro gritava. "O que é isso", pensei? Depois de uns cinco minutos e a poeira ter baixado um pouco, afinal já estávamos na música da barata que toca guitarra, um pouco estranho... Mas era o dia da galinha rock n'roll, bebê. Comecei a chamar a minha filha e nada dela responder. Neste momento os dois estavam colados à TV como se estivessem hipnotizados. Depois de tentativas frustadas e me sentir totalmente trocada e abandonada por um ser que faz pó pó pó pó. Sim, a galinha pintadinha faz pó e o Cocoricó có. Deve ser marketing para impregnar na cabeça da molecada e dos adultos porque há músicas como: 'Eu quero tchu, eu quero é tcha...' O pó pó da galinha azul nunca mais sairá da sua cabeça. Todas essas músicas parecem superbonder na sua mente. Mas, voltando ao episódio,  sem sucesso, ao chamá-los, peguei a pelúcia da galinha, que minha filha havia ganhado, cheguei ao lado da TV e comecei a cantar com toda interpretação, digna de um Grammy: 'A Galinha Pintadinha e o Galo Carijó...' Achei que estava abafando. Minha filha olhou para o irmão menor e disse: "Ishhh, a mamãe está maluquete hoje, né?". E continuaram vendo a TV. Senti-me abandonada como uma vitrola velha, que ninguém mais olha... Só serve para museu. 

        Sentei-me e, ainda que de longe, juntei-me a eles. Realmente, a Galinha é fascinante e podemos curtir juntos porque são músicas da nossa época, oh my God. Como é bom ter dvd, cds com músicas animadas... Como a maioria de nós, eles não aguentariam escutar música clássica - ainda que boas - full time. Sim, existe muita galera boa para a criançada curtir... Cocoricó, Palavra Cantada, Xuxa Só Para Baixinhos - sempre rainha - ainda faz muito sucesso entre os pequenos e para os críticos de plantão... Ela é boa prá caramba e eles ficam fascinados. 
É sempre muito legal ter música animando a casa. Ainda que uma hora essas melodias irrite-nos, porque isso acontece e muito. Mas casa alegre é sinal que a tristeza não tem espaço.

2 comentários:

  1. Ahahaha essa galinha fica na cabeça em 3 minutos! e bagunça de criança em casa é uma delicia!! bjs Nunu

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  2. Hahahahaha!!! Nada mais divertido que realidade!!!!
    Eita tempo bom!!!!

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