terça-feira, 5 de junho de 2012


Buffet Infantil, um teste de resistência.

Sem dúvida que os buffet infantis facilitaram e muito a vida das pessoas. Sendo mais específica, as dos pais. Num passado não tão distante, as festinhas de crianças , na sua grande maioria, eram feitas em casa. A mesa, era forrada com papel crepon. Lembra? Trabalho enorme para fazer o babado ao redor da mesa. Até vir uma peste de uma criança e rasgar tudo ou então jogar algum ki-suco rosa. Trabalho de horas jogado no lixo. E não dava para arrumar. O bolo era aquela caixa de isopor com o tema em cima- moranguinho, ursinhos carinhosos. Oh God! Acabava a festa e a mãe não tinha aonde colocar aquele trambolho. Então, mandava para escola com os pedaços do bolo enrolados no alumínio dentro da caixa para cantar parabéns com amigos e professoras. Entre outras coisas a casa era o buffet da epóca e o quintal 'os brinquedos'.

Para a alegria dos pais os buffet vieram para ajudá-los e facilitá-los. Sim, porque além de mandar os convites via email, já preparados pelos buffet. Os pais não precisam fazer nada. A não ser assinar o cheque -mas vale a pena . Já que depois da festa a sujeita de bexigas, comidas, balas, etc, serão limpas pela equipe do buffet. Sim, o aniversariante e pais sairão de lá só com os sacos de presentes e docinhos. Ou seja, casa limpa! Maravilha!

Mas e os convidados? Pra quem tem filhos pequenos sabe a maratona que isso significa. A frequência que os convites infantis chegam é a mesma que as contas para pagar. Exageros a parte... A 'vida' dos adultos nessas festas não é nada fácil. Vamos analisar.

- A música: Xuxa, Patati Patata, Eliana, na época dos dedinhos. Justin Bieber, se a criança tiver oito anos e já achar que é adolescente e sabe exatamente o que quer da vida. E, claro, já encontrou o homem da vida. Típico de criança que se acha adulta. Cocoricó, Galinha Pintadinha entre outros. Tudo isso bombando na sua cabeça durante quatro horas - tempo da festa. Chega uma hora que parece que você está no quarto branco do Big Brother Brasil. Você fica doido para encontrar uma sirene para apertar e alguém te tirar dali. 

- Salgadinhos e outros: Overdose de gordura trans no sangue, veia, coração e se bobear vai parar alma. 

- Brinquedos: A molecada adora. E tem uns que são muito legais. Mas lembre-se ainda que o brinquedo 'aguente' seu peso. A prioridade é a criança. Falo isso porque você pode reparar. Em toda festa, naquele brinquedão, que mais parece um treino de exército para criança... Sobe, trepa em algo, passa pelos obstáculos... Nesse brinquedo, tem sempre uma tia gorda, mais velha que inventa de ir no brinquedo. Claro, depois de passar por todas as etapas ela fica parada na frente do escorregador - onde termina o brinquedo - e não pode descer porque a fofa não cabe. O que acontece? Congestionamento de crianças! E a 'tia fofa' tem que voltar todo o caminho que fez no sufoco afinal de contas não é para a idade dela. Por fim, filas e filas para descer no escorregado. Please, tia. Cada um no seu quadrado. Piscina de bolinha, você acha que limpam aquelas bolinhas de quanto em quanto tempo? Acho até que em postos de vacinação deveriam adotar esse brinquedo. Afinal de contas pra que picar a criança? Basta dar uma 'mergulhada' no brinquedo e tá vacinada contra todos vírus, virose. Pura Vitamina S! Brinquedos eletrônicos: ótimos para os pais terem um momento para se distrairem e tentarem sair do salgadinho. Elevadores, La Bamba entre outros desse gênero: Meu testemunho falará por si - fui no La Bamba, para levar minha filha... Ao entrar, eram só nós duas no meio de crianças que a média deveria ser sete anos, pedi para a monitora do brinquedo pegar leve pois ela só tem 2 anos. Depois de uns trinta segundos uma das meninas soltou a pérola, olhando furiosa para mim: "Essas pessoas da 'terceira classe' acabam com a nossa diversão. Sim, ela quis dizer terceira idade. Com 31 anos já sou considerada da terceira idade nesses buffet. Então como a tia-fofa mandei muito mal. Vá quando der e se der. Tobogã: Cuidado se for estabanada e quiser levar alguma criança. Sim, elas tem mais jeito que nós para essas coisa.

- Retrospectiva de vida: fotos da criança. Sim, ano a ano. Se não for um vídeo engraçado e elaborado. Por favor, não coloque. Isso só é 'fofo' para os pais e avós do aniversariante. Para os convidados é um filme sem fim. Que 'aumenta' a cada ano.

- Karaokê - Ainda bem que está quase em extinção nesses buffets. Porque sempre tem um adulto que acha que canta bem. E cisma em cantar Fascinação. Não dá!

- Hora do Parabéns:  fumaça, passarela, papéis caindo do teto, meia luz e muitos, mas muitos monitores super animados. Acho que eles pensam: " Que bom, está quase no fim desses pentelhos irem embora" . E começa o parabéns. " Parabéns prá você, hei, nesta data querida, hei hei" Peraí o parabéns da minha época não era assim. Parece uma rave. A droga, energético para aguentar o pique? Os brigadeiros que já foram devorados da mesa. Crianças alucinadas entoando o novo parabéns. Deve ser o efeito excessivo do açúcar no sangue. Big Party! Todos pulam, comem doces e já atacam as jujubas, balinhas , pirulitos, que deixa a língua azul e entregam o adulto que comeu escondido do filho, que colocaram na mesa ao lado para serem colocados no saquinho e levarem para casa. Você acha que dá tempo de chegar em casa? 

- O fim: café na porta... Ufá que maravilha. Como um bálsamo no estômago depois de tanta coisa junk. Sorry, ainda que bem feitas serão sempre junk! 

Mas todo esse 'sacrifício' vale por um único motivo. Crianças que na sua maioria moram em apartamento ficam doidas com tanto espaço para brincar. Que dó, mas a realidade! Crianças que nunca brincaram na rua de carrinho de rolimã, corrida e pega-pega. Triste? Prefiro não pensar assim, melhor justificar falando que é um 'novo estilo de vida' necessário em meio a tantos assaltos, sequestros. Voltam descalças , pé sujo, suadas e geralmente dormem no carro , de tamanha exaustão com a lembrançinha na mão. Delícia! Experiências iguais em décadas/séculos diferentes. That's life!.


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