segunda-feira, 4 de junho de 2012


Em busca do exercício perfeito.

Nunca fui daquelas pessoas que comem, comem e não engordam. Pelo contrário! E mais, sempre achei o máximo quem 'precisa' fazer ginástica. Por gostar! Sim, parece um vício. Acordam às 5 da manhã simplesmente pelo prazer de correr. Que inveja, ainda que branca rs.

Chegou a adolescência e decidi entrar na academia. Entendi que não era o tipo que poderia comer como se fosse a última ceia e não engordar. Sim, meu biotipo era mais para  bio-hipo... poderia virar hipopótamos. Se não me cuidasse. Escolhi uma academia, dessas de rede, enormes onde eles davam tipo uma 'chavinha' que colocava no aparelho de musculação e ele dava a sequência. Só faltava falar: abdomen perfeito? Bunda durinha? Faça esse aparelho e seus problemas estarão resolvidos! Tudo muito moderno. Comprei todo 'enxoval' para academia - tênis, calça, top - e comecei empolgadíssima. Mas, na primeira semana, comecei a olhar ao redor e ver que só tinham pessoas lindas, magras, maquiadas. Sim, maquiadas e que quando suavam continuavam lindas. Os make-up deviam ser ultra-modernos também. Me perguntava: " Ué, cadê os gordinhos, feinhos e que vêm fazer academia com a última camiseta das eleições?". Sim, tinha muitas do Maluf - que minha mãe ama - em casa que seriam de grande utilidade. Bom, não demorei muito para me sentir excluida. Com cabelos enrolados, mesmo que presos depois de trinta minutos de exercícios parecia um sol. Vermelha com os fios soltos. Terrível. Desencanei, cai fora. Não era o lugar!

Alguns anos passaram. E a boca estava controlada. Comecei a aprender a comer, mas sabia que precisava me exercitar. Achei uma academia menor, mas transada e com pessoas 'normais'. Comecei a fazer aulas. Curtia Jump. Spinning não curtia muito... pedala, pedala e nunca sai do lugar. Tô fora! Ao esperar para aula começar notei que na sala ao lado quando acabava a aula as mulheres saiam maravilhadas. Fui checar que aula era: yoga, na época a sensação do momento. Todas queriam ficar com o corpo da Madonna. Claro, que na aula seguinte estava lá. Me sentia já a a Material Girl. Ao entrar, a iluminação estava meia luz. A professora chegou até mim e disse, com a voz calma, parecia até o Padre Marcelo fazendo a propaganda do último livro na TV: " Yoga, não é exercício. E sim, uma filosofia de vida". Logo pensei: "Que porra é essa? Será que essa filosofia é de ter barriga de tanque?". Estava disposta a experimentar. Respiração, exercício, e no meio da aula a professora fala um nome e a maioria vira de ponta cabeça. Eu? Mal chegava no joelho... E continuou... A instrutora disse: "Encontre a compaixão dentro de você". Eu suava igual um boi, para não falar outra coisa... Eu procurava a compaixão, procurava e não achava... De repente, o OM é introduzido e todas entoavam juntas. E a busca continuava... Perna, cabeça, costas doendo e tremento e OM, overdoses de OM e dentro de mim só encontrava nervoso. Já tava p da vida e nada da compaixão. Aula acabou! Sai de lá frustadíssima e mais nervosa se estivesse ficado no transito de São Paulo, véspera de feriado. Tentei outros lugares de yoga, um outro famoso , mas que mandaram imaginar, na hora da meditação que eu era árvore e sempre OM. Tinha vontade de rir. Bom, depois de uns dois anos achei um lugar especializado nisso,  tem vários tipos e me encontrei em uma que não precisava encontrar a compaixão e, acredite, não tinha OM. Nada contra ele, mas não consigo ir para um 'lugar' onde não precisa pensar em nada. Não sou tão evoluída assim. Inclusive, fiz grávida. Adorei! Gosto de suar, de sentir a endorfina bombando e mais saber que perdi calorias... Ai, que delícia comer sem culpa. E que bobeira comer com ela. Perda de tempo total.

Testei academia de trinta minutos, só para mulheres. Ótima para quem tem dois filhos e não tem tempo. Hoje faço esteira em casa na hora em que os 'anjos' estão dormindo. 

Todo esse caminho 'rumo' ao exercício perfeito foi importante. É ótimo descobrir que há exercícios que posso ter prazer em fazê-los. Sim, tudo tem seu tempo. Uma hora é a corrida, outra a yoga. E por que não, todos ao mesmo tempo? Todos ajudam a liberar nervoso, desencanar um pouco dos problemas. Ter um tempo só para você. Isso também na vida. Como é importante testar, ver  o que se gosta e saber que às vezes precisamos experimentar mais de uma, duas ou três vezes para descobrir o que gostamos. Sim, a persistência é a alma do negócio. Que delícia se permitir experimentar, no mínimo posso falar que não gostei e no máximo descobri uma paixão. 

1 comentário:

  1. limontesano@gmail.com11 de junho de 2012 às 09:53

    KKKKK adorei!!!!! eu ainda tô buscando... bjs Liliana

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